AGROSERV

13 de junho de 2022

Implementação de técnicas alternativas dinamiza agricultura familiar

 Os distritos de Boane, Marracuene, Namaacha, Moamba e Matutuine na província de Maputo, apresentam terras férteis para a produção agrícola, mas estão reféns da falta de investimento para a aquisição de alfaias agrícolas, insumos e conhecimento de novas tecnologias de produção agrária para trabalhar de forma eficaz a terra, entre outros aspectos.

Para a solução deste problema, a Agroserv, uma cooperativa agrícola localizada no distrito de Boane, iniciou em 2020, um projecto que tem por objectivo melhorar a produção dos agricultores, através da transferência de tecnologias e técnicas alternativas que garantam maior produção e produtividade, com o apoio de investidores nacionais.

Trata-se de uma iniciativa do engenheiro agrónomo Edson Nhamuenda, cuja implementação visa dar suporte aos agricultores locais, através de prestação de serviços, tais como preparar o solo e/ou a terciarização das terras para o processo produtivo.

A Agroserv, para além de servir aos produtores, também oferece estágio aos finalistas do curso médio dos institutos agrários, tendo já acolhido formandos do Instituto Agro Industrial de Salamanga, Instituto Agrário Família Rural de Manjacaze, Instituto Agrário Família Rural de Magude e Instituto Agrário de Boane.

Motivação e desafios

Após concluir a licenciatura, Edson Nhamuenda constatou a existência de um grande potencial agrícola nas terras daqueles distritos e decidiu prestar serviços de consultoria aos pequenos agricultores, o que deu origem à cooperativa Agroserv.

Nas suas incursões pelos distritos de Boane e Marracuene, o engenheiro agrónomo identificou oportunidades, através de pesquisas agrárias e conversas com produtores, sobre a forma como praticavam a agricultura e sua rentabilização, tendo, na ocasião, introduzido as novas tecnologias agrícolas, que melhoraram substancialmente o processo de produção de agricultores do sector familiar.

"Surgiram oportunidades durante a investigação, o que nos levou a trabalhar no sentido de explorar novos lugares para produzir e melhorar as técnicas de cultivo no local", explicou o agrónomo.

Um dos maiores desafios enfrentados pela Agroserv e pelos agricultores reside na procura constante do incremento dos níveis de produção dos agricultores de pequena e média escalas, que apresentam dificuldades relacionadas com as mudanças climáticas e a falta de capital para investir nas campanhas agrícolas.

 

Nesse processo, conforme relatou o engenheiro Edson Nhamuenda, a Agroserv apenas tem garantido aos produtores a assistência técnica em termos de acompanhamento para que a produção possa ocorrer da melhor forma possível, com a aplicação de tecnologia adequada.

 

“Nós apoiamos o agricultor, assistindo-o e aconselhando-o no que deve ser feito, para que as suas culturas sejam rentáveis, o que não tem sido suficiente, pois os agricultores necessitam, igualmente, de apoio físico e financeiro”, explicou Edson Nhamuenda.

 

Serviços prestados pela cooperativa

A Agroserv dedica-se à prestação de serviços de consultoria, que consistem na assistência aos produtores, preparação do solo, montagem de sistemas de regadio, condução das culturas, colheita e comercialização. A cooperativa apoia também na contratação de trabalhadores sazonais para actividades como, sementeira e sacha, assim como outras actividades de condução da cultura e na colheita dos agricultores locais, com o principal objectivo de melhorar a capacidade de produção, através da implementação de novas tecnologias.

"Acreditamos que com a aplicação de tecnologias é possível empoderar os agricultores da província de Maputo. É por isso que nos temos empenhado muito, com vista a envolver grande parte dos camponeses no projecto", disse o engenheiro agrónomo.

 

Mercado e perspectivas

Segundo Edson Nhamuenda, a expansão da Agroserv constitui ainda um desafio enorme para a cooperativa que tem como perspectiva estender a prestação de serviços à escala nacional.

“Após a colheita, a Agroserv aconselha aos produtores a abastecer primeiro o mercado local e outra parte da produção é comercializada no Mercado Grossista do Zimpeto, em Maputo”, concluiu o engenheiro.