Lactimoza

PARA COMPETIR COM MARCAS EUROPEIAS E SUL-AFRICANAS
PME lança marca moçambicana de queijo mozzarela e jam
O fraco desenvolvimento da indústria de lacticínios em Moçambique torna o país num importador de derivados do leite (queijo, iogurte, manteiga, creme de leite, doce de leite, entre outros), cujo consumo reveste-se de capital importância para a manutenção da saúde humana por reduzir o risco de doenças.
Para contrariar esta situação, uma Pequena e Média Empresa (PME) moçambicana, denominada Lactimoza, localizada na Matola, província de Maputo, criou uma linha de produção de lacticínios, através da qual, desde 2019, abastece o mercado nacional com iogurtes fresco e líquido, sobremesa láctea, sumo lácteo e o queijo mozarela.
Este tipo de queijo, lançado, há sensivelmente dois meses, no mercado nacional, é rico em cálcio, podendo ajudar na melhoria da saúde dos ossos e dentária. Além disso, ela possui grande quantidade de vitamina B12, proteínas, vitaminas, minerais e gorduras.
Em decorrência do crescimento do investimento realizado na empresa, a partir de finais do corrente ano, os moçambicanos vão contar, nas suas mesas, com mais dois lacticínios nacionais (produtos derivados do leite) confeccionados por esta PME, nomeadamente o jam e a maionese.
Morango e pêssego
A propósito, o director geral da Lactimoza, Nassim Zeineddine, explicou que falta ainda por determinar os sabores do jam pois isso dependerá dos resultados de uma pesquisa de mercado para se apurar a preferência dos consumidores nacionais: “acreditamos que o jam da Lactimoza terá sabores de morango e pêssego. O importante agora é desenvolver uma receita com qualidade”, frisou.
Em relação à maionese, segundo indicou, a produção da receita encontra-se numa fase avançada, devendo estar concluída até finais do presente ano. Entretanto, decorre o processo de análise sobre os custos da matéria-prima, com vista à fixação do preço do novo produto lácteo.
Numa outra abordagem, Nassim Zeineddine explicou que as operações da empresa arrancaram em finais de 2018, ano em que foi concluída a testagem das receitas dos produtos.
“A produção teve início em 2019. Começámos com a produção do iogurte fresco de curta validade 100 por cento natural. Depois, fomos confeccionando mais produtos, como sobremesa láctea e sumos lácteos. Há dois meses iniciámos a produção das barras de mozzarela”, disse.
Ausência de rede nacional de distribuição
Com capacidade instalada de dois mil litros por hora, a Lactimoza enfrenta o desafio da ausência de uma rede robusta de distribuição dos produtos, com sistemas de refrigeração, no país.
Para solucionar este problema, a Lactimoza adquiriu camiões-frigorífico e geleiras, alocadas aos maiores clientes da empresa, responsáveis pela comercialização dos produtos.
Entretanto, a Lactimoza pretende trabalhar com um distribuidor exclusivo, o que permitira à empresa incidir o seu foco no processo produtivo. Infelizmente, ainda não conseguiu estabelecer nenhum acordo porque as maiores empresas de distribuição têm acordos de exclusividade com marcas sul-africanas.
“Pretendemos firmar um acordo de distribuição com uma única empresa, para colocar o nosso produto em todo o território nacional. Por enquanto, os nossos camiões são os que garantem o abastecimento aos mercados de Inhambane, Gaza, Maputo e Maputo Cidade”, sustentou, ajuntando que, através dos Armazéns Recheio, em Nampula, o sumo lácteo da empresa tem chegado à Cabo Delgado e Zambézia.
Preços acessíveis
“Com uma eficiente rede de distribuição, a Lactimoza seria a maior indústria de lacticínios no país, com capacidade para exportar produtos para os mercados do Reino de eSwatini e da África do Sul”, afirmou Nassim Zeineddine.
Por outro lado, conforme realçou o director geral, coloca-se o desafio imposto pela pandemia do coronavírus: “A Covid-19 dificultou o processo de importação da matéria-prima à excepção do açúcar que é fornecido pelas açucareiras nacionais. Adquirimos a matéria-prima nos mercados europeu e sul-africano, onde a Covid-19 levou ao encerramento das empresas fornecedoras, sendo que algumas operavam muito abaixo das suas capacidades”, referiu.
Actualmente, esta PME está em confronto com a subida internacional dos preços dos produtos: “Esta situação contrasta com a nossa estratégia de negócio que consiste em fornecer produtos de alta qualidade a preços acessíveis”, sublinhou.
Importa destacar que, com um total de 35 trabalhadores, a fábrica conta com um laboratório microbiológico e físico moderno para testar cada lote de produção antes de ser colocado no mercado, o que assegura um produto consistente de alta qualidade, para além de uma linha de produção com tecnologia de p