Business Breakfast-Moçambique, Resiliência e Crescimento Sustentável

19 de novembro de 2021

Nos últimos três anos, o Standard Bank incrementou o seu financiamento ao sector agrícola em seis por cento, conforme foi revelado, no decurso do “Business Breakfast-Moçambique, Resiliência e Crescimento Sustentável”, promovido, quarta-feira, 17 de Novembro, em Maputo, pela instituição financeira, sob temática “Um olhar ao sector do agrícola”, no país.

Para o banco, a agricultura constitui uma das prioridades da sua actuação, por representar um peso importante na economia do país, ao contribuir com cerca de 23,9 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), assim como empregar, aproximadamente, 80 por cento da população economicamente activa.

Entretanto, o Standard Bank entende que existem factores contraproducentes, que têm estado a afectar o desenvolvimento acelerado do agronegócio, razão pela qual pretende assumir-se cada vez mais como um parceiro relevante no apoio ao sector, tornando-o resiliente e sustentável a longo prazo.

“Temos estado a implementar uma série de medidas que já estão a surtir efeitos positivos, como o registo, nos últimos anos, do crescimento em seis por cento da carteira de crédito ao sector”, referiu Miguel Correia, especialista do Agronegócio do Standard Bank.

Este, conforme enfatizou, é apenas um dos indicadores do comprometimento do banco para com o desenvolvimento da agricultura, uma vez que o seu envolvimento vai mais além do financiamento a projectos agrícolas. “Na nossa relação com os clientes posicionamo-nos como um parceiro confiável, que adiciona valor multifacetado ao negócio”, frisou Miguel Correia.

Acrescentou que o propósito do Standard Bank é sustentar o desenvolvimento, incluindo os avanços alcançados, no sector, nos últimos anos, de modo a acompanhar a dinâmica do crescimento da agricultura, em Moçambique.

“Pretendemos continuar a ser um parceiro privilegiado para o crescimento sustentável, desenhar e disponibilizar soluções ajustadas às cadeias de valor de determinados produtos agrícolas”, indicou.

Penny Byrne, investigadora dos indicadores climáticos do Standard Bank, uma das oradoras do evento, referiu-se às mudanças climáticas como um dos factores que vão afectar o desenvolvimento da agricultura no continente africano, particularmente em Moçambique.

A investigadora sustentou que o continente poderá experimentar um impacto maior sobre a actividade agrícola, caso a temperatura média, que já aumentou, entre um e dois graus celsius, aumente ainda mais um grau, nos próximos 20 anos.

Registou-se um aumento na intensidade das chuvas e dos ciclones, o que se tem manifestado na estiagem e cheias. A temperatura no continente africano subiu acima da média global, sendo que o último ano esteve entre os mais quentes registrados no continente. O nível do mar aumentou cerca de três centímetros entre 1975 e 2001, esperando-se que venha a aumentar entre 13 e 50 centímetros até 2090.

“Prevê-se uma redução do rendimento agrícola, entre 2 a 4 por cento, nas próximas décadas, afectando, sobretudo a produção da mandioca, mapira, amendoim, soja, entre outros, na região centro de Moçambique, onde as chuvas vão contribuir para a propagação de novas pragas.